quarta-feira, 25 de abril de 2012

A Beleza do Futebol




A distância (e um sistema nacionalista de televisão) impediram-me de acompanhar as meias finais da Liga dos Campeões europeus.
Apesar do confronto não ter sido directo, a eterna rivalidade falou mais alto: e, durante duas semanas, o assunto (para quem gosta de futebol) foi Barcelona vs Real Madrid, Guardiola vs Mourinho, Cristiano Ronaldo vs Messi... Coitados dos outros jogadores, normalmente esquecidos.
Primeiro dia: Bayern Munich vs Real Madrid. As redes sociais (facebook e twitter) foram “o campo de batalha” onde os adeptos do Barcelona troçaram os madrilenos.
Segundo dia: soube quase como que uma goleada, ver o Barça tropeçar na Inglaterra perante o Chelsea.
A guerra aumentou no fim de semana com a vitória do Real Madrid no “El Clásico”. Nunca vi tantos adeptos do Merengue declararem o seu amor com tanta devoção.
Feliz ou infelizmente, a bola é redonda. Nenhuma das equipas espanholas conseguiu um lugar na final da Liga. Não interessa quem melhor jogou... Ambos ficaram por terra. Porém os adeptos, que nem o cheiro dos milhões da UEFA irão sentir, continuam numa “guerra” sem noção.
São os Ronaldetes contra os Messinos, na luta para entender quem é o melhor... Como se a nossa opinião valesse na hora da votação.
Quem riu por último... riu atrasado! Ficámos todos sem a dita Taça. A vida continua e os duelos também.
A beleza disso tudo: ter a honra de ver tão bons jogadores exercerem suas habilidades...!

PS: Uma eterna Merengue :-)

quinta-feira, 15 de março de 2012

Os Dois Rumos...

 
Na recta da decisão onde, ou ficamos ou vamos, é necessário tomar um partido.
A vida é feita de escolhas, quem não as faz apenas vagueia pelo mundo, dando aos outros o poder de concluir suas acções. Para muitos é mais fácil assim... Nem todos nascemos para comandar.
É mais viável deixar o tempo rever nossas prioridades, quem nunca assim o fez?
Tive a oportunidade de ver mais alguém afirmar, em nome de um amor, que tudo que antes viveu quase ou nada significou pois agora sabe o que é "amar de verdade". Os sentimentos são eternos enquanto duram. Ninguém se entrega sem a esperança, sem a vontade... Ninguém se envolve sem medo de sofrer, sem a desconfiança da traição.
Algumas vezes o coração prega-nos partidas que nem nós sabemos como resolver. Tudo parece menor ao lado daqueles que amamos. E quando chega a dor, o sofrimento, destruímos os planos de vida eterna repleta de felicidade... Não há culpados, apenas responsáveis. 
Confesso que ainda acredito no amor eterno, em sentimentos que vencem a distância e até algumas decepções... Ingenuidade ou não: é a minha postura.
Porém amadurecemos e vemos que nem tudo depende de nós, que nem todos os sentimentos podem ser vividos, que muitas vezes é melhor deixarmos as coisas por acontecer... Custa, mas é a realidade.
A lembrança vai acompanhar-nos eternamente e o tempo limará as arestas, e irá encaminhar-nos para novos desafios, tratar de nos provar se, realmente, foi um "amor de verdade"... Enquanto isso, eu sigo o Sol!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

E as cenas inesquecíveis...


Amo o cinema! O poder que ele tem em deixar-nos fantasiar, envolvermo-nos de tal forma que sentimos que a vida dos personagens é valiosa.

Aproximam-se os Oscars, prémios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, momento alto do cinema mundial (principalmente o americano). Um momento de comemoração.


Para mim, a cerimónia já perdeu a graça que tinha antes. Muitas vezes acabam por ser prémios de consolação e não por mérito naquele ano. Digam o que quiserem mas não se justifica o facto de Leo Di Caprio não ter um Oscar de Melhor Actor.

Mas o cinema é maior que isso. Cinema é alegria, tristeza... Celebração! Celebramos os bons momentos, as boas falas, os bons actores, os bons cenários.

Acho que já assisti mais de dez mil filmes, sem exagero. Não me lembro de todos, claro. Porém há uns que realmente marcaram-me. Alguns que até hoje quando me lembro, sinto um frio na espinha.

Hoje decidi realçar cinco do meu Top+!
Começo por Rei Leão. Durante anos sabia, de cor, todas as falas desse sucesso da Disney (na sua versão brasileira). Eu e minha família costumávamos recria-lo. Digo sempre que quem não se emocionou durante a morte do Mufasa, não tem sentimentos.

A seguir, O Pianista. Qualquer filme que retrate a Segunda Guerra Mundial cativa a minha atenção. Nunca me irei esquecer da menina de vermelho de A Lista de Schindler (dos meus preferidos), mas tenho a certeza de que também vou sempre lembrar do momento em que Wladyslaw Szpilman (personagem de Adrien Brody, em O Pianista) vive para a sua lata de pepino e é descoberto pelo oficial alemão nazi que, em troca de boa música tocada num piano, o deixa viver. Um belo filme de Roman Polanski.

Pocahontas (também na sua versão Disney, dublado em português) é mais um exemplo de que o amor vence tudo. A cena em que John Smith, ferido, assume que preferia morrer naquele instante do que ter vivido mil anos sem ter conhecido a sua princesa índia, é de cortar o fôlego... Emociono-me sempre!

Scent of a Woman (Perfume de Mulher), com Al Pacino (dos melhores actores que conheço) tem uma cena que vale por mil palavras... A do tango! Ali é possível perceber toda a “essência” deste maravilhoso filme, vencedor de quatro Oscars, em 1993.

Podia falar de muitos mais: os musicais Annie e Moulin Rouge, os épicos Titanic e Heat (Cidade sob Pressão) com Al Pacino e Robert De Niro; os thrillers Chuck e Sexto Sentido (“I see dead people”); comédias como Shrek e Sozinhos em Casa, ou dramas como Philadelphia e The Pursuit of Happyness (Em Busca da Felicidade)... Mas optei por terminar com um drama recente e que concorre aos Oscars deste ano:
The Help (As Serviçais), que surgiu do livro homónimo de Kathryn Stockett, é um retrato da era dos direitos civis americanos na década de 60. Um dos momentos que mais me marcou foi protagonizado pela actriz Allison Janney, onde ela tenta reconhecer suas falhas perante a filha dizendo que “the courage sometimes skips a generation” (as vezes, a coragem pula uma geração)... é de reflectir, com certeza!

Enfim... Eu amo o cinema!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Em minha defesa!

Num primeiro diálogo, todos nós queremos mostrar uma perfeição que não existe. Somos "contra a falsidade e a favor da humildade", sempre!
Cada vez decepciono-me mais com os segundos encontros, pois as máscaras não duram por muito tempo, e talvez por isso não existam mais terceiros. 
Já fui apelidada de vários nomes tristes e por isso decidi escrever em minha defesa. Deixar claro quais as características que em mim reconheço e que podem ser interpretadas como virtudes ou defeitos, para que não haja mais "surpresas".
 O produto tem que ter apresentação, senão ninguém compra. Não precisa mostrar tudo... Mas é bom quando não permitimos que se criem falsas expectativas.
Em minha defesa assumo ser intensa em tudo que me proponho a fazer. Adoro imaginar e muitas vezes perco-me nos meus sonhos invés de encarar a realidade. Não sou realista com as minhas expectativas. Gosto que pelo menos 90% das pessoas que me conhecem gostem de mim e que digam: "ela é louca, mas é boa pessoa". Reconheço meu grau de loucura, ou melhor... De entusiasmo! 
Sim, amo sorrisos sinceros e também uma boa fofoca, desde que o meu nome não esteja no centro do assunto.
Sou "informada", quero sempre estar a par de tudo e quando pedem a minha opinião, sinto-me mais confiante. Tenho mania de controlar para não ser apanhada despercebida!
Totalmente desconfiada, detesto surpresas! Gosto de dar (pois sei os meus motivos), mas fico sem jeito quando recebo. Acho que isso está relacionado ao facto de não gostar de ficar a dever ninguém.
Não sou interesseira... Sou interessada! Interesso-me por todos àqueles que me tratam bem, que me dão carinho... Sou carente!
Por vezes faço uso da falsidade e nem sempre sou honesta: consequências de viver em sociedade. Tento assumir sempre meus erros e sair bem de todas as situações. Não tenho problemas de expressar o que sinto (para o bem e para o mal) e sou adepta do "forgive and forget".
Amo debates, mas quando eles demonstram ter um fundo significativo.  Detesto que abusem da minha inteligência... Sou a rainha de um bom barraco, discussão é comigo mesmo... Tenho pavio curto!
Não posso ficar mais de 48horas sem sair de casa ou fechada em qualquer espaço. Detesto sentir-me observada.
Sou humana... Sim, sou humana! Muitos dizem que sou alucinada, especial, contraditória e eu concordo... Nem eu me entendo, muitas vezes!
Quando quero e me sinto motivada, cedo com facilidade e, muitas vezes, só me preocupo com a opinião alheia depois de ter feito. 
Enjoo-me facilmente das coisas e das pessoas... Efeitos da "mesmice". Odeio hipocrisia, gente carrancuda e bajulação.
Acredito em "vida após a morte". Sou muito alegre mas não vivo um dia de cada vez... Tenho uma mente muito fértil para deixar-me levar! Já disse que sou contraditória?! Aposto que sim. :-)
Pessoas dizem que "sou demais para qualquer homem"! Opah, será que não são eles os "de menos" para mim?! Eu sei ser camaleão, afinal, toda a fera pode ser domada.
Choro por tudo e qualquer coisa, mas dificilmente alguém me vê a chorar. Acredito em portos seguros AKA família, amor eterno, amizades verdadeiras e estou a tentar interiorizar o sentido do "menos ser mais", espero um dia conseguir... Estou quase lá!
E por fim, a minha maior ambição: ser feliz! Creio que estou no caminho certo.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

"Há vida fora do Facebook"

Já diz o velho ditado que "o que os olhos não vêem, o coração não sente", pois eu acrescento : " o que o ouvido ouve, o cérebro desenvolve".
Nunca fui muito viciada em tecnologias. Lembro-me que, quando mais nova, devorava livros e livros, agora... Sou devorada pelo YouTube. Minha aventura com o facebook recomeçou em 2010. Na altura era uma mera frequentadora assídua do hi5. Depois de uma temporada na "terra do Samba" e o incentivo da minha melhor amiga, Ninette, ganhei dois novos companheiros: o Twitter e o Face (carinhosamente assim chamado).
Meses passaram e "a falta de domínio" ou, como diz um amigo, "o facto de no Twitter não ter só imagens", fez com que ficasse mais tempo pelo facebook.
Fofocas, intrigas, encontros, despedidas, revoltas, confissões, amizades, paixões... Tudo aconteceu por lá. Já dei por mim a publicar suspiros, expressões de raiva, asneiras, a assumir estar bem enquanto tenho um episódio depressivo. É a famosa "síndrome dos seis meses de vício".
Acabei por voltar a aperceber-me que há vida fora do facebook, quando apaixonei-me perdidamente por alguém do "mundo exterior", alguém que em pleno séc. XXI não tem facebook!
"Como pode? Ele é doente? Mal informado? Como posso viver uma relação com alguém que não me vai ligar a dizer que gostou (ou não) daquele meu post?" foram perguntas que ouvi e também me fiz.
Parece que há coisas maiores que o "Universo do Markito Zuzu" e, como o "amor ajuda", tentei levar uma vida longe do vício. Momentos, alegrias e tristezas... Aprendi que nem tudo deve ser exposto. Eliminei os supostos amigos e amadureci, um pouco mais.
Conheci pessoas que não vivem com uma máquina fotográfica sempre ao lado, pessoas que não fazem do termo "gosto/like" parte integrante do seu vocabulário. Deixei de saber o último nome de todas as pessoas que me eram apresentadas... Pronto: achei a cura!
Mas eis que surge a necessidade de "partilhar" o resultado e, para lá voltei aos poucos.
Uns disseram "estás sumida"... Eu apenas respondi "não vivo num computador".
Vira e mexe tenho recaídas, confesso. Por vezes o imaginário parece ser bem melhor que a realidade... Mas supero sempre pois agora sei a resposta: ainda existe vida fora do facebook! :-)

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Eles que me perdoem, mas... Eu gosto mesmo é de mulheres!

Sou apologista que todos deveriam ter um amigo imaginário!
 Nada de exageros e sustos. Muitas vezes os nossos maiores segredos/medos/desvaneios não devem mesmo ser divulgados. Mas, e a necessidade de dividir? Como sacia-la? Nas redes sociais AKA diários do século XXI?! Bem, cada um com suas manias.

Depois de tanto tempo voltei a lembrar-me de como ele faz falta. Recordei-me das vezes que falei, falei, falei e ele, anjinho ou diabinho, deixou fluir a sua opinião.

Há uns anos no meio de um convívio de amigos onde, para variar, depois de muitos shots e afins, era a  última sobrevivente do sexo feminino, lá começou a conversa:
Um dos rapazes defendia que mulher "boa" tem que ter curvas salientes e foi assim que começou o debate. Ele desenvolveu-se de tal forma que, começaram os insultos à "magricela" que namorava um deles... Tive que intervir!

Com o olhar de quem muito sabe (ou já devia estar a dormir), disse: "vocês que me perdoem mas, eu gosto mesmo é de mulheres! Gordas, magras, altas, baixas. O que faz uma mulher é a atitude, a postura, a forma como ela se impõe. Eu estou aqui com vocês, a beber e conviver e sei que muitos já nem lembravam que eu continuo na roda. Mas isso não dá o direito de ninguém amanhã julgar-me ou desrespeitar-me porque apesar de tudo... Eu faço por merecer o vosso respeito!"... Como eles se mantiveram calados, decidi continuar:
-"Cada vez menos as mulheres dão-se o respeito pois muitas já nem sabem o significado deste termo. Saber estar é mais importante que seguir tendências. Se a moda na Europa é ser magra, na América a moda é ter curvas e assim vai! Se o certo é fingir ser algo que não somos, então vamos usar máscaras até o fim dos tempos. Agora, que mulher tem que ter carne onde pegar... Sim, é verdade! Porque o homem até pode ser galinha, mas nunca cachorro!"... Naquele momento, o ditado popular fez com que todos se rissem um pouco. Como boa palhaça, após os "aplausos", continuei! Não lembro muito mais do meu sermão, a não ser a parte onde o entusiasmo fez com que me perdesse nas palavras... "Uma boa gaja tem que ter mamas, não fingir orgasmo e saber cozinhar!"... Um dos meninos gritou: "Jandira, chega! Estás a exagerar... Vê se bebe e dorme". Os risos intensificados pelo álcool e a mudança repentina de assunto (começaram a falar de futebol) fizeram com que me calasse finalmente.
Apercebi-me que poucos ou nenhum ouviu meu rico discurso, que continuavam a referir-se às mulheres como "aquela boa", "aquela magra", "aquela gorda" e que talvez isso seja mesmo um conceito mais social do que apenas masculino.
Provavelmente, se não tivesse asfixiado meu amigo imaginário com tantas caipirinhas, poupar-me-ia de, até hoje, ser conhecida como a "filósofa lésbica da Vodka" naquele ciclo de amigos... Mas, a vida tem dessas coisas!