terça-feira, 10 de maio de 2011

As cinco gavetas*

  • São famosas, controversas, enigmáticas, são reais. As famosas cinco fases da dor (Negação; Ira; Troca; Depressão e Aceitação) são uma realidade na minha vivência.

    Para muitos, elas só servem para casos profundos, como perdas físicas, morte de ente queridos. Para mim elas são necessárias, são fases do meu quotidiano.

    Quando "se mata um leão por dia", vamos tentando levantar, tentando superar... Abrir novas gavetas no armário da vida. Só que, e as que estão ainda abertas? E àquelas que têm demasiado material dentro e já não fecham em condições?!

    As gavetas da nossa vida podem ser arrumadas ou desarrumadas, podem estar cheias ou vazias, mas não nos podemos esquecer que é nelas onde estão as nossas histórias, as nossas vivências, recordações... memórias.

    Eu tenho cinco gavetas. Nelas nego, com elas me irrito, faço trocas, deprimo e depois tento continuar, aceitando que apesar de não ser fácil... é necessário!

    Tento sempre arruma-las. Porém arranjo subterfúgio na falta de tempo, na falta de vontade, na falta de coragem. O tempo, senhor do protagonismo, faz com que no momento certo nos organizemos.

    Uma limpeza nunca é fácil. Requer força de vontade, empenho e luta... E, quando achares que já não consegues lutar, respira fundo! É de borla e só te faz melhorar...

    Hoje, mais uma vez, decidi arruma-las. Digo sempre que já as tenho sobre controle, que já fiz o inventário, porém só o tempo dirá... Só a vida nos mostra o caminho a seguir.

    Cabe a nós sermos fortes o suficiente para ,acima de tudo, aprendermos que a nossa felicidade só depende de nós!
 
Hoje, quero poder fechar (e bem) algumas gavetas, e depois continuar ;)

 

É deselegante saber tudo ;)*


Ontem, durante uma agradável conversa com um bom amigo, quase consegui redimir-me de uma das minhas maiores falhas... Não saber nadar!
Não posso culpar os meus pais por esse lapso motor... Várias foram as oportunidades, depois de ter criado as primeiras asas para pular ninho afora, que tive para aprender a mergulhar, respirar dentro da água e flutuar (essa última faço com mestria). Creio que deve ser mais do que isso o “saber nadar”. Por exemplo, numa piscina de raia curta, sou tida como “pró”, faço tudo direitinho... Bem colada a borda.
Mas quando me aproximo de Kianda/Iemanjá/Posaidon desperto o lado mais tímido do meu ser... O lado que se aproveita de desculpas sórdidas por não saber fazer as coisas.
Quando questionada sobre o porquê que não sabia nadar, rápida respondi:
“Uma mulher não pode saber tudo, é deselegante!”...
E certa da minha verdade, continuei dizendo: “-Quando me perguntam se sei cozinhar, digo que sim... Se sei conduzir, falar outros idiomas e etc, digo sempre que sim! Acho elegante e também para não desencorajar os homens, dizer que não sei nadar”.
 Devo dizer que me baseei na máxima: O ignorante é sempre mais feliz.
Se isto é o mais correcto, provavelmente não, mas... será que ao assumir-me perfeita, demonstrando saber tudo, não estarei a ser hipócrita e a enganar o meu próprio ser?! Porque o limite entre o realismo e o egocentrismo é apenas uma leve linha que muitas vezes ultrapassamos.

Com isso, quero dizer-vos que não sou perfeita! Aproveitem o melhor e o pior desse blogue... Haverá sempre uma mensagem (positiva ou não) para os que por cá passarem ;)


*Publicado em jandiramiranda.criarumblog.com, aos 28/03/2011