quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A mulher do "Pole"



A jornada na terra do "tio Sam" tem sido, no mínimo, maravilhosa.

Tento guardar todos os minutos na minha mente, divertir-me, aprender ao máximo e superar também alguns dos meus medos.

Foi assim que decidi seguir o meu Kikito para o subway/metro (aquele transporte super rápido, família do comboio que anda no subsolo- essa é a MINHA definição).

Já comecei a perder o receio de um desmoronamento e dos outros riscos possíveis de estar "por baixo da terra" e, devo confessar que, observar as milhares de pessoas que entram e saiem dos vagões ajuda bastante.
  
Hoje vi uma mulher aparentemente nos seus 70 anos, um pouco mais de 1,50 cm, com a pele cansada da idade mas, com uma vontade de parecer jovem muito grande.

Ela subiu um pouco depois de mim. Consegui um lugar para sentar e, até senti-me tentada em oferecê-la quando dei conta que, o que ela queria mesmo, era o poste.

Lá ela se fixou, marcou território e aproveitou todos os “tremeliques” do transporte público para balançar, como se de uma bailarina se tratasse.

Olhei para os seus pés, delicados como só (com uma pele jovem e intacta) e apreciei os movimentos precisos que faziam... Reconheci neles técnicas de pole dance (uma dança sensual onde, utilizando como elemento um poste ou barra vertical, a bailarina(o) realiza a sua actuação).

Deixei-me levar e imaginei a vida daquela mulher. Seus caminhos expressos nas mãos firmes, sua coragem descrita no olhar que ignorava todos os presentes que, admirados como eu, apreciavam “seu show”, e... os lábios cansados de tanto batom, mas sempre firmes.

Senti-me mais jovem, mais capaz ao ver aquela mulher.

Quando chegou a sua saída, desceu altiva e serena, passando-me a sensação de que sabia que muitos a aplaudiam por dentro... Mas na vida corrida de Nova Iorque, ela é apenas mais um personagem.

Creio ter encontrado o paraíso para a minha mente... Inspiração não falta nas ruas da “cidade que nunca dorme”.

PS: Escrito aos 9 de Setembro de 2011... Por incrível que pareça... as 9horas e 11 minutos. :)

sábado, 17 de setembro de 2011

É dando que se recebe?!

Existem três tipos, muito conhecidos, de amor.
O primeiro é o dos que muito dão e pouco recebem, o segundo é o dos que dão e recebem em doses parecidas e o terceiro (interligado ao primeiro) é, a meu ver, o mais vil... É o dos que pouco dão e muito recebem.

É vil porque pertence aos traumatizados, àqueles que depois se tornam responsáveis também por muitos traumas, àqueles q fazem diminuir o brilho no olhar, a entrega, os sorrisos... Diminuem o verdadeiro significado do amor.

Soube duma história assim. Ela começou como todas, motivada pela cendelha da paixão... Nada começa sem ela. Sem a vontade do toque, da entrega, do romance.

Porém, não há paixão q resista... E essa, também não resistiu... Extinguiu-se com o tempo, como se de uma fogueira de praia se tivesse tratado. 
Há quem diga que é possível continuar sem a paixão... Mas eu pergunto: consegues viver sem respirar?! A mim, nada respondem.

Essa história foi se perdendo, pois quando muito se recebe e pouco se dá sentimo-nos sufocados, incapazes, insuficientes para a pessoa amada... E com isso chegam as discussões desnecessárias, os dramas, a falta de diálogo e compreensão.

Os que pouco dão e muito recebem fazem parte da estatística da infelicidade, fazem parte dos que vivem de memórias dum passado tristonho e, por incrível que pareça, são encantadores o suficiente para puxarem para o seu mar de angústias e temores, sempre mais um pobre disposto a dar de tudo para ser feliz, pois... O ser humano gosta de desafios.

Aos intervenientes desta história recomendei algo há muito esquecido por ambos... A felicidade! Ao que muito dava, recomendei que tentasse procurar no horizonte alguém que realmente estivesse empenhado em trata-lo com respeito, carinho e dedicação. Dizem que "há sempre uma tampa para uma panela velha"... Já eu digo que "pé bonito tem sempre protecção no Inverno". Pedi para que não desistisse de encontrar a alegria de uma relação salutar, porque o erro não estava em querer ser feliz mas sim em não saber aproveitar a vida e seus bons momentos. Ninguém nasceu para sofrer.

Ao que pouco dava, bem... A ele, apenas pedi que fosse mais humano e não envolvesse mais pessoas nos seus traumas e inseguranças. Que mais podia eu fazer?! Ele sabe a doença, tem o remédio... Só tem que toma-lo.