sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A geração do Agora!

São poucas as pessoas que conseguem, depois de tanto tempo de convivência, despertar em mim um amor puro, livre de atracção sexual, de cobranças desnecessárias... Eu tenho um amigo assim, o meu "Kikito".
Com ele sinto que posso debater tudo e mais qualquer coisa... Seus conselhos valem por mais de mil pensamentos.
Nossa amizade já dura alguns anos, e só tende a melhorar, é como o vinho. Hoje debatemos o fardo das gerações, meio para justificarmos os "desentendimentos normais em qualquer relação".
Vimos que eu sou da geração do "Agora" e ele, da geração do "Daqui a Pouco".
Segundo ele, a geração dele ainda casa, ainda tolera, ainda perdoa o esquecimento, tem menos pressa.
Já eu defendo a minha geração, a do "Agora"! Para nós: "o pau que nasce torto não endireita"... Se agora já não dá, não vai dar depois. Para nós, cada momento é único - muitos de nós acreditam que o mundo, realmente, vai acabar nesta década. Para nós: quem ama cuida, confia, se entrega.
Sou da geração que se diverte sem medo, que acha que sabe o que é certo, que não tem receio de errar e de mudar a sua opinião. Geração da incoerência.
Ele é da geração da crise, da estabilidade... Da geração do "meu tempo era melhor". Já eu, bem... Eu "vivo o meu tempo".
Apesar das diferenças, a nossa amizade persiste. À ele não posso fazer grandes exigências, pois sei que a geração dele muitas vezes valoriza mais o passado do que o presente (antiguidade é um posto)... Já a minha valoriza a intensidade de cada instante (é bom enquanto durar).
Chegamos a um ponto comum: cada geração tem o seu peso e, mistura-las tem vantagens e desvantagens.
Cabe a nós sabermos como fazer resultar... Mas, se me perguntarem qual é melhor, claro que irei dizer: Sim, é a minha! :)

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A vizinha da porta ao lado






O dicionário não mente! Decepção é uma ilusão perdida, um desapontamento, um malogro de uma esperança... Uma desilusão!
Por vezes, nos deixamos levar pelas pessoas que nos transparecem serenidade e segurança... E, são elas que nos decepcionam.
Minha avó conhece as melhores estórias. É de Malanje, terra onde “ninguém paga renda por ter casa própria”... Minha avó conhece as piores estórias. Vive em Luanda, terra que passa por selva... Selva onde “todos querem ser o leão”. Segundo, ela: “os de Luanda têm maldade no olhar”... Eu discordo!
Já andei meio mundo e encontrei boas e más pessoas em todos os cantos. O porteiro em Paris, o taxista em Nova York, a vendedora na Tailândia, a hospedeira em Marrocos... Mas de todos, a que mais me magoou foi a “vizinha da porta ao lado”.
Ela, a “vizinha”, que todos os dias sorri quando me cumprimenta. Que diz que já somos da mesma família. Que me acolhe no seu quarto, que se alimenta em minha casa... Foi dela que recebi o amargo sopro da decepção.
Quando menos contei, quando menos esperei... Descobri que tudo não passava de mentiras, falsas promessas... Ilusões!
Iludida estava em pensar que podia confiar nela, tal como ela podia confiar em mim. Seu fel contou mentiras que até eu, na ilusão de não me decepcionar, perguntei-me se não eram verdades...
Mas é como tudo! “Vizinhas” há muitas, disfarçadas ou não... Elas estão por aqui, para nos fazerem ver que, na sociedade actual, não é apenas o gatuno que deve dormir com um olho aberto.
Por vezes penso que é mais feliz aquele que vive isolado do mundo... Feliz com os seus pensamentos... Livre da decepção, de encontrar uma “vizinha da porta ao lado!”