terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Eles que me perdoem, mas... Eu gosto mesmo é de mulheres!

Sou apologista que todos deveriam ter um amigo imaginário!
 Nada de exageros e sustos. Muitas vezes os nossos maiores segredos/medos/desvaneios não devem mesmo ser divulgados. Mas, e a necessidade de dividir? Como sacia-la? Nas redes sociais AKA diários do século XXI?! Bem, cada um com suas manias.

Depois de tanto tempo voltei a lembrar-me de como ele faz falta. Recordei-me das vezes que falei, falei, falei e ele, anjinho ou diabinho, deixou fluir a sua opinião.

Há uns anos no meio de um convívio de amigos onde, para variar, depois de muitos shots e afins, era a  última sobrevivente do sexo feminino, lá começou a conversa:
Um dos rapazes defendia que mulher "boa" tem que ter curvas salientes e foi assim que começou o debate. Ele desenvolveu-se de tal forma que, começaram os insultos à "magricela" que namorava um deles... Tive que intervir!

Com o olhar de quem muito sabe (ou já devia estar a dormir), disse: "vocês que me perdoem mas, eu gosto mesmo é de mulheres! Gordas, magras, altas, baixas. O que faz uma mulher é a atitude, a postura, a forma como ela se impõe. Eu estou aqui com vocês, a beber e conviver e sei que muitos já nem lembravam que eu continuo na roda. Mas isso não dá o direito de ninguém amanhã julgar-me ou desrespeitar-me porque apesar de tudo... Eu faço por merecer o vosso respeito!"... Como eles se mantiveram calados, decidi continuar:
-"Cada vez menos as mulheres dão-se o respeito pois muitas já nem sabem o significado deste termo. Saber estar é mais importante que seguir tendências. Se a moda na Europa é ser magra, na América a moda é ter curvas e assim vai! Se o certo é fingir ser algo que não somos, então vamos usar máscaras até o fim dos tempos. Agora, que mulher tem que ter carne onde pegar... Sim, é verdade! Porque o homem até pode ser galinha, mas nunca cachorro!"... Naquele momento, o ditado popular fez com que todos se rissem um pouco. Como boa palhaça, após os "aplausos", continuei! Não lembro muito mais do meu sermão, a não ser a parte onde o entusiasmo fez com que me perdesse nas palavras... "Uma boa gaja tem que ter mamas, não fingir orgasmo e saber cozinhar!"... Um dos meninos gritou: "Jandira, chega! Estás a exagerar... Vê se bebe e dorme". Os risos intensificados pelo álcool e a mudança repentina de assunto (começaram a falar de futebol) fizeram com que me calasse finalmente.
Apercebi-me que poucos ou nenhum ouviu meu rico discurso, que continuavam a referir-se às mulheres como "aquela boa", "aquela magra", "aquela gorda" e que talvez isso seja mesmo um conceito mais social do que apenas masculino.
Provavelmente, se não tivesse asfixiado meu amigo imaginário com tantas caipirinhas, poupar-me-ia de, até hoje, ser conhecida como a "filósofa lésbica da Vodka" naquele ciclo de amigos... Mas, a vida tem dessas coisas!    

4 comentários:

  1. Só te superas miúda, muito proud estou pois o que dizes tem cabeça, tronco e membros, e eu GOS-TO!!! Vais longe, acredita... Beijo no teu coração minha linda.
    NV

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  2. Concordo com a ideia do amigo imaginário, afinal, não há melhor pessoa para conhecer os nossos segredos e medos do que nós mesmos mas na forma de outro alguém! ;)
    Vou andar por aqui...
    http://rintintinechocolate.blogspot.com/

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