Porque “o saber não ocupa lugar”,
decidi aceitar o desafio e partilhar Dez das Obras Literárias que mais me
marcaram, até o momento. Não pensei que fosse ser tão complexo… aliás, certas
escolhas sempre o são. Mexem com tudo que entendemos de racional e lúdico…
Vasculham lembranças, memórias, sentimentos, vontades… chegam até nossa alma.
Comecei a ler muito cedo. “Precocita”
lá de casa, aos 4 anos já devorava os jornais, revistas e alguma
banda-desenhada/quadrinhos, mesmo sem muita noção daquilo que lia. A realidade
é que, o hábito ficou e, sinto-me frustrada/triste por actualmente não continuar a fazer
dele um vício.
Abaixo, os Dez Escolhidos:
1. Bíblia Sagrada: li, reli e tento
entender o máximo possível. Confesso que optei por ignorar certas coisas,
aceitar a maioria e debater, em estudo bíblico, questões que não consegui
compreender sozinha. Aprecio muitos livros e capítulos quando
procuro por respostas. Para mim a Bíblia é leitura obrigatória, para muitos é uma
obra de valor sagrado (para os cristãos), escrita pelos homens e baseada na crença
que estes têm em Deus, um Ser Superior e Criador do Universo… o centro da Fé!
- Escrita por 40 autores, entre 1445 e 450 a.C. (livros do Antigo
Testamento) e 45 e 90 d.C. (livros do Novo
Testamento)*
2. A Gloriosa Família (Pepetela): não li, mas é como se o tivesse feito! A minha mana mais
velha, Kinna Santos, fez questão de narrar para mim, de uma forma única e
especial, cada um dos 12 capítulos que compõem esta obra-prima da literatura
angolana (mundial, se me permitem). Apesar de já saber ler com maior percepção
dos textos (na altura estava “viciada” em Enciclopédias) sabia muito bem
esperar pela narrativa… era o “nosso momento”, ela tem o dom de contar
histórias/estórias como poucos. Das melhores lembranças que tenho… saudades de
um tempo que se tornou eterno na minha memória.
- Romance
publicado em 1997, pela editora Dom Quixote*
3. Crónicas de Nárnia (C.S. Lewis): começou com a vontade de entender a adaptação do
primeiro livro (A Bruxa, o Leão e o Guarda-Roupa) para a televisão, exibida
pela Televisão Pública de Angola na década de 90 do século passado e, tão logo
tive a oportunidade, “devorei” os outros seis. Foram uma grande motivação para
aprender a língua inglesa. Tornou-se no meu Mundo Privado, meu “infinito
particular”… “Em Nárnia, eu sou feliz”.
- As Sete
Crónicas são: O Leão, a Feiticeira e o
Guarda-Roupa (publicado em 1950), Príncipe
Caspian (1951), A Viagem do Peregrino
da Alvorada (1952), A Cadeira de
Prata (1953), O Cavalo e seu Menino
(1954), O Sobrinho do Mago (1955), A Última Batalha (1956).*
4. Cem Sonetos de Amor (Pablo Neruda): porque poucos
falaram/falam/falarão de amor como ele, recomendo vivamente (para quem não
conhece). Falar de Neruda e seu trabalho é perder-se e se encontrar… dar e
pedir para receber em troca um amor puro/livre/capaz e, se assim não for, seguir
amando, pois “En esta historia sólo yo me
muero, y moriré de amor porque te quiero, porque te quiero, amor, a sangre y
fuego”.
- A obra foi
publicada em Santiago (Chile), pela Ed. Universitaria, em 1959.*
5. A Turma da Mónica (Maurício de Sousa): dos primeiros livros que li (juntamente com
alguns da Marvel e DC Comics), mas o texto leve e as mensagens positivas sempre
me cativaram. Imitar as características dos personagens principais, agir como
se “eles fossem da família”… é intemporal, a obra de Maurício.
- Histórias em “quadrinhos”
criada por Maurício de Sousa no ano de 1963. Até hoje são publicadas edições
inéditas*
6. O Segredo (Rhonda Byrne): sempre fui “contra” livros de “auto-ajuda”… mas este tomou conta de mim de tal forma que, até hoje, é o meu livro de cabeceira. A forma como
a mensagem é transmitida, um conteúdo que nos permite acreditar que quase tudo depende
de nós e da energia que enviamos para o Universo. Mudou a minha forma de ver/encarar
o quotidiano… literalmente: mudou a minha vida (pedir, crer, receber)!
- Começou por
ser um filme em formato documentário austrálio-estadunidense de 2006,
inspirando assim o livro homónimo*.
7. Quem Me Dera Ser Onda (Manuel Rui): a capacidade que
os livros têm de nos permitir viajar e criar expectativas de um mundo melhor… um
mundo onde, cada criança poderia criar o seu próprio “porquinho”. Infelizmente,
nem um em forma de mealheiro tive… mas valeu (e muito) pela boa leitura.
- A primeira
edição foi lançada em 1982*.
8. Cem Anos de Solidão (Gabriel Garcia Marquez): desde a
centenária visão de Úrsula à necessidade de desvendar os segredos dos
misteriosos pergaminhos de Melquíades… é, sem dúvida, dos livros que mais gosto
tive em ler e debater, chegando a conclusão de que não mudaria uma vírgula
deste clássico.
- Primeira
Edição publicada em 1967, na Argentina, pela Editorial Sudamericana*
9. Quando Chega a Hora (Zibia Gasparetto): Lucius “ditou”
muitas boas histórias para que Zibia explicasse um pouco mais ao mundo sobre os
segredos do Universo. Na minha busca por resposta e compreensão, li algumas,
mas esta foi das que mais me marcou. Muito torci pelos personagens, apesar de
saber que o seu destino já há muito tivera sido traçado.
- Literatura espírita
de autoria do espírito Lucius, psicografado por Zibia Gasparetto, foi lançada
em 1999*.
10. A interpretação dos Sonhos (Sigmund Freud): por motivos
profissionais procurei por esta obra… por motivos pessoais apaixonei-me por
ela. E foi paixão mesmo, das grandes! Discutimos, fizemos as pazes… Discordei e
aprendi a entende-la… Pensei que não poderia viver sem leitura diária e,
aprendi a adaptar-me aos seus ensinamentos sem dependência. A behaviorista aceitou o mestre da Psicanálise.
- A obra foi
publicada em 1899, mas com a data de 1900*.
Que tenhamos
sempre tempo, vontade, necessidade de fazer uma boa leitura.
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